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Uma Paráfrase das Inscrições sobre o Obverso da Estela da Revelação

Acima, o azul gemado é

O esplendor nu de Nuit;

Ela se curva em êxtase para beijar

Os ardores secretos de Hadit.

O globo alado, o azul estrelado,

São meus, Ó Ankh-af-na-khonsu!

Eu sou o Senhor de Tebas, e Eu

O inspirado orador de Mentu;

Para mim se desvela o velado céu,

O morto por si mesmo Ankh-af-na-khonsu

Cujas palavras são verdade. Eu invoco, Eu saúdo

Tua presença, Ó Ra-Hoor-Khuit!

Unidade máxima manifestada!

Eu adoro o poder de Teu sopro,

Supremo e terrível Deus,

Que fazes os deuses e morte

Tremerem diante de Ti: —

Eu, Eu te adoro!

Aparece sobre o trono de Ra!

Abre os caminhos do Khu!

Ilumina os caminhos do Ka!

Os caminhos do Khabs percorre

Para agitar-me ou apaziguar-me!

Aum! que isto me mate!

A luz é minha; seus raios consomem

a Mim: eu fiz uma porta secreta

Para dentro da Casa de Ra e Tum,

De Kephra e de Ahathoor.

Eu sou teu Tebano, Ó Mentu,

O profeta Ankh-af-na-khonsu!

Por Bes-na-Maut no meu peito Eu bato;

Pelo sábio Ta-Nech o meu feitiço Eu teço.

Mostra teu esplendor estrelado, Ó Nuit!

Convida-me à tua Casa para morar,

Ó alada serpente de luz, Hadit!

Habita comigo, Ra-Hoor-Khuit!

Uma Paráfrase dos Hieróglifos das 11 Linhas do Reverso da Estela

Diz o irmão de Mentu proclamador da verdade

Que era mestre de Tebas desde o seu nascimento:

Ó meu coração, coração de minha mãe!

Ó coração que Eu tinha enquanto estava na terra!

Não se apresente em testemunho contra mim!

Não se oponhas a mim, juiz, na minha questão!

Não me acuseis agora de incapacidade

Perante o Grande Deus, o terrível Senhor do Oeste!

Pois eu atei um ao outro

Com um encantamento para o seu cinturão místico,

A terra e o maravilhoso Oeste,

Quando Eu cresci, ó terra, no teu seio!

O morto Ankh-af-na-Khonsu

Diz com esta voz de verdade e calma:

Ó tu que tens um único braço!

Ó tu que resplandeceis sob a lua!

Eu te entrelaço no tecer deste encanto;

Eu te fascino com a melodia ondulante.

O morto Ankh-af-na-Khonsu

Partiu das multidões sombrias,

Se uniu aos habitantes da luz,

Abrindo o Duaut, a morada das estrelas,

Suas chaves recebendo.

O morto Ankh-f-n-Khonsu

Fez a sua passagem de noite,

Para realizar o seu prazer sobre a terra

Entre os vivos.

Autor: Aleister Crowley