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Autoria: Frater אל-אמא-יה

Raios partem o horizonte
Acima de mim nuvem sombria
Do monte angústia vem
E a igreja em fogo ardia
Líquidos frutos da Paixão
Por violenta tormenta regrediam à flor.
Sobre enxurrada angustiante
Fadas tortas fremiam torpes, amantes da dor.
Na mente paralela, sobre sofá imundo, o céu cortava
Com o reluzir acetinado dos seios d’Ela.
Entre letras de missal
Em procissão de brancas batinas
Lázaro demoníaco a porta arrombava
Inocente, ingênuo, flechado, raro.
Pai, falso prazer, ser encantado
Céu e mar, vigília de liberdade mundo afora
Pelas correntes, a cobra revelava
O Prometeu aprisionado de outrora.
Shhhhh!
Cai a noite em desejo frenético
Baby epiléptico bacanal
Corpos provocantes almejo
Mente longínqua, distante
Envolta em feitiços e gardenal.
G.O.D. ←
Chuchu, peluda folha,
Leão mastigava, singelo e puro.
Afasta tu, impura mão!
Aves sedentas, à degola. Não.
Ai! Terror que ainda assola.
Sem o convívio dos mortos
Em meio a sinistro portal
Repressão de existência,
Iovis gago, truncado,
na língua da violência.
Plena, cheia: luxúriae calorpujantes.
Dantes, sob a nua lua, do incenso fumaça
Matracas ressoam, velas acesas.
Vede! Criança-sacerdote da desgraça.
Texto riscado em folhas toscas
Sobre o freezer da alienação
De pessoas loucas.
Águia, coelho ou veado?
Omne trinum perfectum.
Banha de porco, pérolas fritadas
Aurora, som maldito de homem roto
Paredes amareladas, cabeça balançante
Bolo de carne em sangue talhado.
Sacrifício covarde da velha maneta
Tacho, varejeira, urucum
38, faca, pedra, álcool, malagueta
Grão separado, cozido, lançado
Alumínio ao galinheiro
Grão sujo lentamente catado
À noite de Kali, terra com rasteiro mato.
Círculo yin, fogueira yang, segue a invocação.
Testemunhas em quatro
Bruxo, satânico cristão.
Apóstolo trocado; experimentado
Novo estranho mundo,
Sem brancas flores ao sábado.
Pela rebeldia, tingi a rosa.
Judas não mais lembrado.
Lâminas sagradas sobre o chão
O solo vinho encharcava
As medidas, tiradas.
Em perfeito amor e perfeita confiança
Com um beijo, Diana ao centro empurrara.
A conversão dos pagãos
Uma cadela conclamava
Casa de Pedro em síncope
Enquanto o feiticeiro rezava.
Eletro-handshake orbitava a liberdade
Lúcifer emerso da Verde Cidade
Abraço apertado, perto solto,
Em doce perfume importado.
Avança o biólogolouco com a alforja
para logo um Romano amorter alforria,
Nas quentes águas sorvo púrpura,
Com cadente cantar da elegia.
Escuta o som da flauta de Pã
O triângulo ao longe já via.
O cu do mundo se arregalou
Para os demônios da sala vazia.
Peito rasgo rente redenção.
“Saudações Rá,
que vais em tua barca nas cavernas da escuridão!”
No fim, os cães espreitam à beira do lago.
Nas catacumbas da vida,
a recompensa de Hécate.
Sim, nas catacumbas da vida,
a recompensa de Hécate.