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Aleister Crowley (publicado em The Equinox, v. I., n. 4, p. 197-198. Londres, 1910)

Tradução: Fr. אל-אמא-יה

Infascinável fascinadora
De Baco e Marte
No sonoro retumbante
Abismo de áster!
Ó virgem em armadura,
Tuas setas lançadas
Nos firmes e ostensivos
Raios primaveris primevos!

Pela força do modo
Do amor, quando eu emergi
Através do véu, através da nuvem do céu,
Através da tempestade, através da fumaça a subir,
Para a montanha do desejo
Que despertou vulcânico –
Pelo ímpeto irado do mago
Eu invoco, Eu invoco!

Pela meia-noite da loucura: –
O mar solitário,
O arrebatar do luar,
Seu arrebatar em mim,
A sentinela tristura
Do pinheiro na penedia,
Aquela noite de deleite
Você foi minha, você foi minha!

Você foi minha, Ó minha santa,
Minha donzela, minha companheira,
Pela autoridade do direito e verdade
Da noite de nosso destino em esteira.
Ainda que eu caia, ainda que eu desmaie,
Ainda que eu queime, ainda que eu sufoque,
Na hora de nosso poder a dentro e afora
Eu invoco, eu invoco!

Pela mística união
De fauno e fada,
Inconfessa, indomada –
A poeira para a alvorada! –
Uma secreta comunhão
Desmedida, incelebrada,
A lânguida, irresistível,
Língua rábida –

Ó virgem em armadura,
Tuas setas lançadas,
Nos firmes e ostensivos
Raios primaveris primevos.
Nenhuma Divindade pôde fasciná-la,
Mas a humanidade despertou –
Ó Valquíria ígnea,
Eu invoco, eu invoco!